Não é novidade que para atingir um bom preço no mercado, a carne ovina precisa apresentar boa qualidade. No entanto, chegar ao padrão de qualidade ideal é um processo complexo que envolve cuidados de manejo específicos, partindo da boa genética até um bom programa de saúde e alimentação.
Quando o assunto é a nutrição, um bom planejamento de pasto é essencial e deve estar aliado a uma fonte alternativa de alimentos, como o uso estratégico de suplementos. Todos os cuidados envolvidos nesse sistema evitam a terminação de carcaças magras que podem favorecer ao endurecimento das fibras musculares e a consequente desvalorização do produto.
A principal variável, em termos de qualidade de carcaça, é o grau de acabamento do animal, o que depende do acúmulo de gordura durante a vida dele. Isso está intimamente relacionado ao nível de alimentação — afirma Roberto Sains, pesquisador da Embrapa.
Para chegar ao mercado com um produto sadio e de boa qualidade, o produtor deve contar com animais chegando ao ponto de abate ainda jovens, saudáveis, com boa terminação e boa musculosidade, como diz o pesquisador. Para ele, tudo isso depende do bom atendimento a todos os fatores de produção, começando com animais de boa genética, passando por um bom programa de saúde animal e boa alimentação.
Dado que a maioria dos sistemas de produção no Brasil é de tipo extensivo, com animais criados a pasto, esse é um sistema que está sujeito a mudanças sazonais e climáticas. Portanto, o produtor precisa levar isso em consideração durante a programação da produção na sua fazenda — orienta Sains.
Como exemplo, ele cita o planejamento forrageiro. É importante saber quais são as épocas do ano quando a quantidade ou a qualidade da forragem cai. Nesse caso, é preciso ter uma fonte alternativa de alimentos, como o uso estratégico de suplementos.
A questão da suplementação mineral deve ser levada em consideração durante todo o ano, dependendo das deficiências minerais de cada região. Nesse caso, os macrominerais, como fósforo e cálcio, devem ser utilizados, assim como os microminerais — explica.
Ainda de acordo com o pesquisador, uma carcaça muito magra sofre diversos problemas durante o processamento. O primeiro deles se refere ao armazenamento na câmara fria. Nesse caso, a carcaça sofre um choque muito rápido porque ainda não possui o isolamento térmico que o acabamento de gordura fornece. Com isso, o resfriamento da carne ocorre de forma acelerada, o que provoca o endurecimento das fibras musculares.
Minha recomendação aos produtores é realizar uma boa programação, tendo atenção a todos os fatores, começando com animais de boa genética, atendendo à questão do planejamento forrageiro e manejo da pastagem e atentando às diferenças sazonais em que diversos tipos de suplementação devem ser usados — conclui Sains.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Caprinos e Ovinos através do número (88) 3112-7400.
Fonte: www.portaldoagronegocio.com.br