O Ceará vive expansão no setor produtivo de caprinovinocultura, mas ainda é tímida em relação à procura por derivados, carne e leite, de ovinos e caprinos. A oferta está longe de atender à demanda regional. “O setor é crescente, expande-se a uma média anual de 10%, mas o que produzimos não atende a necessidade do mercado consumidor”, observa o coordenador do segmento de caprinovinocultura e presidente da Associação dos Criadores de Caprinos de Leite (Caprileite), Daniel Pimentel. “Estamos na época da informação e o evento vai proporcionar momentos de aprendizagem para usos de novas tecnologias de criação”, emenda.
O mercado é amplamente favorável, asseguram os especialistas no setor de criação de ovinos e caprinos. “Tudo o que se produz no Ceará é vendido”, observa Pimentel. “Na verdade, estamos atrás de produtores e em particular de leite de cabra”. A produção leiteira é muito insuficiente para atender à demanda que vem se ampliando com a aquisição do produto por programas de compras governamentais.
No Ceará, segundo avaliação de Pimentel, ocorreu o contrário do que se verifica em geral na atividade econômica. “Primeiro, criamos o mercado consumidor e, agora, estamos atrás do produtor”, destaca. No município de Umirim, uma unidade produtora foi instalada com o objetivo de manter uma criação de 50 mil cabeças e já chegou a 14 mil animais. “Precisamos dar uma alavancada”, alerta Daniel Pimentel, que também é criador no Município de Horizonte.
Em decorrência da melhoria genética e de alimentação adequada, além dos cuidados de sanidade, um cordeiro atinge o peso de 36 quilos em 120 dias, o ideal para o abate. “Houve um aumento no consumo de carne de ovinos e a tendência do mercado é de manter essa expansão”, frisa Pimentel.
Os caprinos e ovinos são animais resistentes e têm adaptação ao clima do sertão nordestino. Entretanto, neste ano de seca, muitos criadores enfrentam dificuldades e estão vendendo parte do rebanho por preço reduzido. “Isso demonstra a falta de reserva de alimentação com base em proteína e silagem”, avalia. “Precisamos incentivar a criação de reserva estratégica de silagem nas unidades produtoras”.
A ovinocultura e a caprinocultura são atividades tradicionais no Nordeste, região que concentra 57% dos ovinos e 91% dos caprinos do Brasil. A baixa adoção de tecnologia, aliada à pouca ou nenhuma organização dos produtores tem perpetuado o setor como atividade de subsistência, sem maiores chances de se tornar opção de renda ou de negócio. Ao mesmo tempo, existe uma demanda pela carne ovina no Interior e maior ainda nas cidades turísticas litorâneas.
Informações da ANCO editadas pela equipe da nildão comunicação.