Mesmo que o forte da temporada de comércio de ovinos comece em janeiro, os resultados das feiras realizadas em dezembro indicam criadores animados em investir na ampliação da produção para oferta de carne ao consumidor. Na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab, as compras de ventres e reprodutores vão se intensificar a partir da virada do ano.
– Tivemos um bom início de temporada, os eventos que ofertaram cordeiros tiveram todos os exemplares vendidos. E os produtores estão comprando animais para reprodução, com a ideia de ampliar o plantel e aumentar a oferta de carne no mercado – salienta.
Para Schwab, a facilidade de crédito do programa Mais Ovinos no Campo, criado em janeiro de 2011 pela Secretaria da Agricultura, tem impulsionado o desenvolvimento da atividade nos últimos dois anos. Com créditos de R$ 102 milhões para retenção de fêmeas no campo e aquisição de matrizes e reprodutores, até outubro foram liberados R$ 42,48 milhões em 1,82 mil contratos para 269,38 mil animais.
Segundo o dirigente da Arco, o consumo médio per capita de carne ovina no Brasil é modesto, de 400 gramas ao ano. A quantidade é muito baixa se comparada a outros tipos, como a suína, que ultrapassou os 15 quilos per capita em 2012. Schwab enfatiza que um dos problemas a ser resolvido é a informalidade no abate de ovinos, que no Brasil chega a surpreendentes 92%.
– Quanto mais conseguirmos organizar o setor e agregar valor à produção, poderemos ter maior alcance junto ao consumidor – ressalta Schwab.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o número de ovinos no Brasil é de 16 milhões de cabeças. Para atender à demanda interna e aumentar o consumo, a estimativa dos criadores é de chegar a 50 milhões de animais.