Agricultor experiente, Antônio Gazarini construiu há 12 anos um complexo de armazéns para estocar até 30 mil toneladas de grãos na própria fazenda.
O investimento é caro, mas ao longo do tempo trouxe lucro para o produtor. A maior vantagem é não ficar refém do mercado, quando o preço está ruim, ele pode esperar o melhor momento para vender a produção.
A maioria dos agricultores não possui silo para guardar os grãos. Os armazéns particulares, assim como os das indústrias, estão lotados. Sem ter onde estocar o milho, o produtor só tem uma alternativa: vender a safra pelo baixo valor de mercado.
Na fazenda do agricultor Luciano Guimarães, em Rio Verde, também no sudoeste de Goiás, as máquinas ainda estão na lavoura. Falta pouco para terminar a colheita dos 2,2 mil hectares de milho.
O produtor resolveu investir na cultura e plantou 500 hectares a mais que na safrinha do ano passado, quando ele conseguiu negociar a saca por R$ 21. Agora, o preço de mercado está abaixo do mínimo do governo, que é de R$ 17,46 em Goiás. Luciano quer participar dos leilões do governo para vender o milho, mas reclama que a ajuda demorou a chegar.
A esperança dos agricultores é que com o início dos leilões de compra de milho, organizados pelo Ministério da Agricultura, o preço volte a subir.
O primeiro pregão será realizado nesta terça-feira (13). Pelo edital, 100 mil toneladas de milho devem ser negoaciadas.