Dona de um plantel de 60 ovelhas da raça Lacaune, sendo somente 20 em lactação, a produtora familiar Lara Dias, não tem do que reclamar quando o assunto é o empreendimento que montou na propriedade rural da família, em Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A finalidade é processar o leite ovino, mas nesse primeiro ano de funcionamento, cautelosa, ela e a família optaram por investir inicialmente na fabricação de iogurte. “Focamos em apenas um produto até aumentar nossa produção”, avisa.
Contando com a ajuda e a mão de obra de familiares, como a mãe, o sobrinho e o irmão, além de um funcionário, Lara comemora os resultados da agroindústria batizada de Sabores da Ovelha. “A empresa está indo bem. Os custos estão sendo pagos. Nosso produto está em vários supermercados e em Belo Horizonte, negociamos também a venda do nosso iogurte na rede dos supermercados Verde Mar”, enumera. Outro ganho apontado pela produtora é a renovação do rebanho, com a compra de ovelhas melhoradas geneticamente.
Para Lara, o ditado “o menos vira mais” explica bem a visão que ela adotou para tocar o negócio e aproveitar ao máximo a capacidade do local onde está instalada. “Onde comem uma vaca, comem dez ovelhas e isso compensa o pequeno tamanho da propriedade”, justifica. Sobre a renovação do plantel como vem fazendo, com menos ovelhas e mais produtividade, a produtora argumenta: “enquanto se gasta de nove a dez litros de leite de vaca para produzir um quilo de queijo, o mesmo produto de ovelha, consome de quatro a cinco litros”. A diferença, segundo Lara Dias, está no fato de o leite de ovelha possuir mais sólidos (menos água).
O laticínio de leite de ovelhas de Itapecerica, que recebe o suporte técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) é o primeiro do tipo a funcionar de forma regulamentada, em Minas Gerais, após a lei estadual nº 19.476. Segundo a coordenadora técnica regional da Emater-MG de Belo Horizonte, Cinthya Madureira, a lei de 11 de janeiro de 2011, dispõe sobre a habilitação sanitária agroindustrial rural de pequeno porte.
O laticínio de Lara Dias, cujo projeto teve início em 2011, produz diariamente 200 potes de 160 gramas de iogurte e já está em importantes redes de supermercados de Belo Horizonte, Arcos, Itapecerica e Divinópolis. Na capital, o produto também pode ser encontrado em mais quatro pontos de vendas. Tudo isso acontece, apenas um ano após a obtenção do cadastro da agroindústria familiar junto ao Instituto de Agropecuária de Minas Gerais (IMA).
Outras atividades
Além da produção de leite, a empreendedora rural Lara Dias comenta também que todas as geleias que dão sabores ao iogurte de leite de ovelha são produzidas na propriedade Rancho Bela Vista. “Nosso produto leva em sua composição 20 gramas de geleia, que pode ser de ameixa, abacaxi, frutas vermelhas, goiaba e frutas da estação. São 20 gramas do doce, produzido pela minha mãe e 140 de iogurte”, revela.
Outra atividade da propriedade familiar de Itapecerica, segundo Dias, é o abate dos machos no abatedouro municipal. A carne é utilizada no bistrô montado na cozinha da sede da fazenda. “Meu irmão assumiu a cozinha e funcionamos de sexta-feira a sábado, a partir das 20 horas, com pratos feitos com carne de cordeiro. No domingo, abrimos para almoço e temos opções de outras carnes para os não amantes de cordeiro”, ressalta.
As informações são da Agência Minas, adaptadas pela Equipe FarmPoint.