Nos últimos meses com a grande valorização da arroba do boi, que chegou a passar da casa dos R$230, os preços das carnes dispararam. E segundo especialistas, não há previsão para os valores começarem a reduzir. Ainda mais com a proximidade das festas de final de ano. Somado a isso, outras proteínas aproveitaram o embalo e a lei da demanda, e já apontam alta, como é o caso das carnes de frango e suínos. Vale destacar também a alta nos preços dos peixes, isso causado principalmente pelo problema de vazamento de petróleo que chegou ao litoral brasileiro.
Diante desse cenário, mais do que nunca chegou a hora do consumidor brasileiro dar uma chance para a carne de cordeiro! Culturalmente muitas pessoas diziam que o limitador para o consumo da carne de cordeiro no Brasil era o preço elevado, porém ao analisar o crescimento do mercado de carnes premium (com picanhas bovina passando de R$ 100,00/kg), o novo comportamento dos consumidores, que estão buscando mais qualidade na proteína, e o comparativo de preços na gôndola entre o cordeiro e a carne bovina, esse argumento começa a perder força.
Ao comparar a média de preços, nos principais supermercados do estado de São Paulo, da proteína bovina com a ovina, vemos que picanha de cordeiro está abaixo do preço médio da picanha bovina. E o carré francês, considerado o corte mais nobre e mais caro do cordeiro com praticamente o mesmo preço de uma picanha premium ou do filet mignon. A costela de cordeiro chega até a bater o preço da bovina em um dos estabelecimentos. E o pernil e paleta, cortes tradicionais, com preços abaixo maminha bovina.
Não chegou a hora de dar uma oportunidade para carne de cordeiro? É comum conhecer pessoas, que mesmo com alto poder aquisitivo, não tenham experimentado ou não tenham costume de consumi-la no dia a dia, independente do preço dessa proteína. Inclusive, segundo a Embrapa, 12% dos brasileiros nunca provaram carne ovina, ou seja, 25 milhões de pessoas. Isso quer dizer que as outras 185 milhões de pessoas já provaram pelo menos uma vez. O que temos que fazer é que essas pessoas que provaram em alguma situação esporádica ou sazonal coloquem a carne no seu dia-a-dia.
A carne de cordeiro é uma das proteínas mais saudáveis do mercado. É rica em ferro, cálcio, potássio, proteína, zinco, niacina e vitamina B. Sua carne apresenta todos os aminoácidos essenciais ao funcionamento do organismo humano. Além disso, a maior parte da gordura é do tipo mono ou poli-insaturada, que reduz o LDL, popularmente conhecido como colesterol ruim (sem gordura saturada).
O resultado é uma carne de digestão fantástica. A carne do cordeiro, ao contrário do que muitos pensam, é considerada uma carne magra. Seus baixos teores de colesterol e gordura saturada tornam esta proteína uma excelente alternativa para atingir os anseios de consumidores cada vez mais preocupados com a saúde.
Além de tudo isso, ela é extremamente versátil, e por isso eu não tenho dúvidas que ela pode estar no dia a dia do brasileiro. Com uma peça de pernil de cordeiro, por exemplo, é possível fazer diversos pratos, desde um ragu para massas, uma lasanha com pernil desfiado, filés de pernil grelhados, estrogonofe com pernil em cubos até uma incrível coxinha de cordeiro.