Seca no Nordeste causa perda de quase 90% na safra de grãos do Ceará

Sem chuvas regulares desde o segundo semestre do ano passado, os Estados do Nordeste contabilizam perdas na agricultura e na pecuária. No Ceará, houve redução de 87% na safra de grãos de 2012, em comparação com o ano anterior. Na Bahia, a produção do leite já apresenta queda de quase um terço, representando diminuição de 1,5 milhão de litros por dia. Os produtores de Pernambuco também enfrentam perdas.

Desde setembro de 2011, não chove regularmente no semiárido nordestino. A seca atual, considerada a pior dos últimos 30 anos, atinge cerca de oito milhões de pessoas na região, de acordo com dados do Ministério da Integração Nacional. Um total de R$ 2,7 bilhões foram liberados pelo governo federal para serem aplicados em ações emergenciais para amenizar as consequências da estiagem.

Atualmente, cerca de 700 mil agricultores distribuídos em 800 municípios nordestinos recebem recursos do Bolsa Estiagem, que paga R$ 400,00 a cada família, em até cinco parcelas. Dos 178 municípios do Ceará, 162 tiveram perda de mais de 50% na produção de grãos, segundo dados do Comitê de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Ceará. Os grãos mais cultivados no estado são feijão, milho, mamona, arroz e algodão.

A pecuária também sofre as consequências da estiagem prolongada no Nordeste. Sem chuva, os pastos secaram e falta alimento para os animais. Os mais prejudicados são os pequenos produtores nordestinos, que praticam a pecuária semiextensiva. No Ceará, o volume de chuvas entre os meses de março e junho no semiárido foi, em média, 47% menor que em 2011.

Na Bahia, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) avalia que a pecuária de corte, assim como a de leite, apresenta sinais de redução de oferta de animais para abate. A previsão é que, em 2013, haja uma menor oferta de bois prontos para serem comercializados, devido à antecipação de animais que só seriam ofertados no próximo ano.

A Faeb estima ainda perda significativa nas safras de feijão e milho, por falta de condições de plantio. O prejuízo é sentido também nas culturas permanentes, a exemplo da cacauicultura e da fruticultura.

Em Pernambuco, as perdas na produção de carne chegaram a R$ 824 milhões, além de mais R$ 32 milhões na pecuária de leite, entre os meses de março e abril, totalizando R$ 856 milhões, de acordo com dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco. A estimativa de perda de peso dos animais nesses três meses é de 30% para os bovinos e de 15% para os caprinos e ovinos.

Agência Brasil

EXPORTAÇÕES DO MILHO CRESCEM 431,4% EM JULHO.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, destacou nesta terça-feira, 14 de agosto, o aumento de 13,2% das exportações brasileiras do agronegócio nos últimos doze meses. Nesse período, o Brasil exportou US$ 97 bilhões e importou cerca de US$ 17 bilhões, cifras que resultaram em um saldo positivo recorde de US$ 80 bilhões. Destaque para as vendas do milho no mês de julho, com ampliaram 431,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

“A escassez externa provocou a elevação das exportações do milho, principalmente devido à queda de produção dos Estados Unidos. No entanto, o Ministério da Agricultura [Mapa] está atento no sentido de garantir o abastecimento deste importante insumo para a produção de aves e suínos, no Brasil”, afirmou Mendes Ribeiro.

As exportações do agronegócio brasileiro em julho deste ano atingiram US$ 8,98 bilhões. Somada à queda de 14% nas importações, o saldo comercial do setor no período foi de US$ 7,76 bilhões.

O complexo soja foi responsável por 35% do total das exportações do agronegócio brasileiro no mês de julho de 2012, sendo tal participação de 30,1% no mesmo mês de 2011. A soja em grão teve uma elevação de 10,5% em quantidade, passando de 3,74 milhões de toneladas para 4,13 milhões de toneladas, e 10,6% no preço médio (de US$ 492 por tonelada para US$ 545 por tonelada). As vendas de farelo de soja aumentaram 52,2%.

As fortes vendas do complexo soja possibilitaram a expansão da Ásia nas vendas externas brasileiras, com aumento da participação de 35,6% para 37,8% (+2,2 pontos percentuais). A União Européia manteve a participação de 23,2%. Os países do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), por sua vez, aumentaram as aquisições em 44,3%.

Entre os 20 (vinte) principais países importadores dos produtos do agronegócio brasileiro no mês de julho de 2012, destaque para Córeia do Sul (+201,7%); Taiwan (+84,5%); Tailândia (+83,5%); Egito (+73,1%); Estados Unidos (+52,5%); e Espanha (+36,9%).

A China elevou as aquisições em 14,2%, mantendo sua expansão na participação das exportações brasileiras, que atingiram 23,9%. Os Estados Unidos aumentaram a participação de 5,9% para 8,5%.

fonte:  Equipe AgriPoint.

VOTAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL É ADIADA

O relator do Código Florestal (PL 1876/99), deputado Paulo Piau (PMDB-MG), pediu mais tempo ao presidente da Câmara, Marco Maia, e a votação do projeto ficou para a próxima terça-feira (13). Maia tinha anunciado a pretensão de votar o texto ainda nesta semana, mas o pedido do relator e dos líderes partidários transferiu a votação. Nesta quarta-feira (7), os líderes da base vão se reunir com Piau para discutir o relatório que ele deve apresentar.

A Câmara discute as mudanças aprovadas pelo Senado no ano passado com base em um texto votado pela Câmara. Nesta segunda votação, os deputados não podem mais fazer mudanças de mérito, apenas decidir qual texto vai prevalecer – se o aprovado pelo Senado ou o da Câmara. Também é possível retirar pontos da proposta.

Regras para cidades

Para o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os principais problemas a serem discutidos na reunião da base são as regras criadas para as cidades, principalmente as áreas de expansão dos municípios. Também não haveria acordo sobre a parte inicial do texto, que trata de princípios. “Há deputados que acham não ser adequado o código trazer princípios que não poderão ser reproduzidos em lei e ficarão vagando e criando dificuldades de interpretação”, explicou.

Ele negou que haja divergência no tema das florestas, como áreas de proteção em margens de rio e nascentes. “Existe uma grande unidade na Casa sobre o fundamental da votação do Senado, então não há risco de enfrentamentos exagerados”, opinou.

Áreas de proteção

Ainda assim, a definição das áreas de proteção ainda causa polêmica, principalmente entre os ambientalistas. O líder do PV e futuro presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Sarney Filho (MA), disse que o projeto vai anistiar desmatadores, condenar de vez a Mata Atlântica e favorecer o grande latifundiário. “Esse projeto não compatibiliza desenvolvimento com a questão socioambiental”, avaliou.

O deputado reconheceu que o partido está numa situação difícil e pode até mesmo optar por não participar da votação e ler um manifesto contra a proposta. “Estamos ainda em processo de discussão para saber o que vamos fazer, porque votar a favor do que veio do Senado, embora a Casa tenha amenizado alguns absurdos que saíram da Câmara, não resolve o problema. E, se votarmos contra, é o mesmo que votar a favor do pior retrocesso, que foi o que saiu da Câmara.”

Para o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), se os líderes continuarem conversando, é possível votar a proposta já na semana que vem. “Mas não defendemos o açodamento na votação. Uma proposta que está em tramitação há tanto tempo no Congresso só pode ser aprovada se estiver perfeita”, argumentou.

fonte: Farmpoint