ESTIAGEM PREJUDICA A PRODUÇÃO NACIONAL DE GRÃOS, DIZ CONAB

Apesar da queda em relação à safra anterior, setor sinaliza com recuperação em determinadas culturas.

A seca provocada pelo fenômeno La Niña, especialmente no final do ano passado e início de 2012, afetou as lavouras de milho, soja e feijão do país, segundo o sexto levantamento divulgado nesta quinta-feira, 8 de março, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O documento sinaliza uma redução de 3,1%, na safra de grãos, que deve ficar em 157,8 milhões, ante os 162,958 milhões de toneladas da safra anterior.

Apesar da retração, o setor já sinaliza recuperação em determinadas culturas. Parte da lavoura do milho primeira safra e do milho segunda safra aumentaram a produção nacional de grãos da temporada 2011/12 em relação ao balanço de fevereiro. O aumento foi de 0,5% ou de 744,2 mil toneladas.

Atento às necessidades dos produtores, o ministério implementa medidas para amenizar os prejuízos e utiliza instrumentos específicos, como leilões de Valor de Escoamento de Produto (VEP), venda direta, denominada Venda Balcão, além da AGF, EGF, entre outros mecanismos. No próximo dia 15, por exemplo, o leilão de VEP vai negociar 80 mil toneladas de milho, sendo 40 mil para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As autorizações já foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

O secretário de Política Agrícola, Caio Rocha, também anunciou uma reunião com a cadeia produtiva do milho para discutir a questão e criar mecanismos que atendam ao setor para o próximo Plano Safra. “Estamos atentos às necessidades dos agricultores e implementando medidas e usando os mecanismos que disponibilizamos para atendê-los”, salientou Rocha.

Culturas

O milho e a soja, culturas de maior peso na produção, chegam a 83% de toda a safra, com um volume de 130,451 milhões de toneladas. O milho deve crescer 7,5%, considerando a safra total, estimada em 61,703 milhões de toneladas. No caso do milho segunda safra, a estimativa é de 25,804 milhões de toneladas, 20,1% a mais do que o colhido no período passado, quando registrou 21,481 milhões de toneladas. A produtividade deve chegar a 3,838 quilos por hectare, com aumento de 5,2% em relação à safra anterior de 3,647 kg/ha. Já a produtividade da soja deve cair 8,7%, e a produção deve chegar a 68,749 milhões de toneladas.

O cultivo da safra 2011/12 deve ocupar uma área de 51,682 milhões de hectares, com um crescimento de 3,6% sobre os 49,888 milhões de hectares do último período. Isso representa um aumento de 1,794 milhão de hectares. A ampliação se deve ao milho primeira safra (9,2%), ao milho segunda safra (14,1%) e à soja (3,3%).

A pesquisa foi realizada por cerca de 60 técnicos, entre os dias 23 e 29 de fevereiro, depois de ouvidos representantes de órgãos públicos e privados ligados à produção agrícola em todos os estados produtores.

fonte: MAPA

VOTAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL É ADIADA

O relator do Código Florestal (PL 1876/99), deputado Paulo Piau (PMDB-MG), pediu mais tempo ao presidente da Câmara, Marco Maia, e a votação do projeto ficou para a próxima terça-feira (13). Maia tinha anunciado a pretensão de votar o texto ainda nesta semana, mas o pedido do relator e dos líderes partidários transferiu a votação. Nesta quarta-feira (7), os líderes da base vão se reunir com Piau para discutir o relatório que ele deve apresentar.

A Câmara discute as mudanças aprovadas pelo Senado no ano passado com base em um texto votado pela Câmara. Nesta segunda votação, os deputados não podem mais fazer mudanças de mérito, apenas decidir qual texto vai prevalecer – se o aprovado pelo Senado ou o da Câmara. Também é possível retirar pontos da proposta.

Regras para cidades

Para o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os principais problemas a serem discutidos na reunião da base são as regras criadas para as cidades, principalmente as áreas de expansão dos municípios. Também não haveria acordo sobre a parte inicial do texto, que trata de princípios. “Há deputados que acham não ser adequado o código trazer princípios que não poderão ser reproduzidos em lei e ficarão vagando e criando dificuldades de interpretação”, explicou.

Ele negou que haja divergência no tema das florestas, como áreas de proteção em margens de rio e nascentes. “Existe uma grande unidade na Casa sobre o fundamental da votação do Senado, então não há risco de enfrentamentos exagerados”, opinou.

Áreas de proteção

Ainda assim, a definição das áreas de proteção ainda causa polêmica, principalmente entre os ambientalistas. O líder do PV e futuro presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Sarney Filho (MA), disse que o projeto vai anistiar desmatadores, condenar de vez a Mata Atlântica e favorecer o grande latifundiário. “Esse projeto não compatibiliza desenvolvimento com a questão socioambiental”, avaliou.

O deputado reconheceu que o partido está numa situação difícil e pode até mesmo optar por não participar da votação e ler um manifesto contra a proposta. “Estamos ainda em processo de discussão para saber o que vamos fazer, porque votar a favor do que veio do Senado, embora a Casa tenha amenizado alguns absurdos que saíram da Câmara, não resolve o problema. E, se votarmos contra, é o mesmo que votar a favor do pior retrocesso, que foi o que saiu da Câmara.”

Para o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), se os líderes continuarem conversando, é possível votar a proposta já na semana que vem. “Mas não defendemos o açodamento na votação. Uma proposta que está em tramitação há tanto tempo no Congresso só pode ser aprovada se estiver perfeita”, argumentou.

fonte: Farmpoint