EMBRAPA MAPEIA AS PRINCIPAIS DOENÇAS DE CAPRINOS E OVINOS NO BRASIL

Está em fase avançada os estudos realizados por pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos em nove estados do Brasil para identificar o nível de infecção dos rebanhos de pequenos ruminantes pelas nove principais doenças que afetam caprinos e ovinos.

O trabalho de campo foi concluído no Nordeste e estão sendo coletadas amostras nos três estados de outras regiões do país. A pesquisa, iniciada em janeiro de 2009, resultará na caracterização do perfil zoossanitário da caprinocultura e da ovinocultura tropical por território.

Três das doenças são contempladas pelo Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos (PNSCO), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA): Artrite Encefalite Caprina (CAE), Maedi-Visna (MVV) e Brucelose Ovina. O resultado da pesquisa envolvendo esse grupo irá subsidiar o estabelecimento do programa e orientar políticas públicas e privadas para o controle das enfermidades.

As outras seis doenças impactam negativamente a produtividade dos rebanhos, daí a importância do diagnóstico. Trata-se de Linfadenite Caseosa, Clamidofilose, Neosporose, Toxoplasmose, Língua Azul e Leptospirose. Para prevenir as doenças, é necessário aplicar as técnicas de manejo sanitário de pequenos ruminantes.

A Embrapa oferece tais instruções em documento disponibilizado no link: http://www.cnpc.embrapa.br/admin/pdf/03155000120122.doc77.pdf

Os estados que participam das análises são os que possuem maior representatividade na caprinocultura e na ovinocultura tropical. Seis estão na região Nordeste (Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Bahia), um estado é da região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul) e dois do Sudeste do Brasil (Minas Gerais e Rio de Janeiro). Para mapear os outros estados da federação, os pesquisadores preveem um novo projeto.

A atuação em cada estado consiste na coleta de amostras de sangue em várias propriedades para o diagnóstico das doenças de caprinos e ovinos e na aplicação de questionário aos produtores, contemplando os temas nutrição, reprodução, sanidade e manejo geral. Relacionando os diagnósticos clínicos e os questionários, a pesquisa identificará os fatores de risco e o impacto econômico das enfermidades.

A Embrapa tem como parceiros no projeto universidades, institutos federais de educação, ciência e tecnologia e institutos estaduais de extensão rural. Quatro trabalhos de mestrado e doutorado já foram produzidos a partir da pesquisa e as informações foram apresentadas em oito eventos científicos.

As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.

Feinco 2012 encerra com leilão da raça Santa Inês.

O 5º Leilão Chave de Ouro foi realizado durante a 9º Feira Internacional de Caprinos e Ovinos, Feinco, em São Paulo. O pregão ofertou 22 ovinos Santa Inês e coletas de algumas das principais doadoras da raça, resultando no faturamento de R$ 178.320 e média de R$ 7.753.
Foram comercializadas 18 fêmeas e três machos. Também foi ofertada uma fêmea prov III. As fêmeas puras fizeram média de R$ 6.853, enquanto a Prov III foi vendida em lance final de R$ 4.080. Os machos foram comercializados à média de R$ 6.560 e as coletas puderam ser adquiridos a R$ 15.600 cada doadora.
A promoção reuniu os criatórios Santa Mônica, Morro Verde, Guarany, Porto Reserva, Vassoural e Carpa Serrana e Rebanho Sim.
Os trabalhos foram conduzidos pelo leiloeiro Roberto Leão. A organização ficou a cargo da Leilonorte e a transmissão foi feita pelo site wtvweb.com.br/chavedeouro.

Projeto na Colômbia converteu 45 mil hectares de pasto degradado, melhorando a produção animal

O cenário tão familiar à nossa Amazônia também é comum além das fronteiras nacionais. A Colômbia, porém, conseguiu avançar – com o auxílio de incentivos financeiros, créditos especializados e pagamentos por serviços ambientais – em uma área que ainda engatinha no Brasil: a criação de gado em meio a árvores. O tão falado sistema silvopastoril.

Em vez de somente se debruçar para comer o pasto, debaixo do sol quente, bois e vacas comem folhas fartas confortavelmente à sombra de árvores. A vantagem desse sistema? “Mais produção, menos dano ao solo, mais conforto animal, que se converte em mais carne e leite, mais tolerância a chuvas e secas extremas. As fazendas produzem mais e geram mais emprego”, enumera Enrique Murgueitio Restrepo, diretor do Centro de Pesquisa em Sistemas Sustentáveis de Produção Agropecuária.
O centro, junto com a Federação Colombiana de Pecuaristas e a ONG TNC, ajudou a organizar um esforço que levou 2 mil fazendeiros a converterem cerca de 45 mil hectares de pastagens degradada, aumentando a produtividade para 5 animais por hectare – contra a média de 1. A meta agora é tentar alcançar 10 milhões de hectares. Para a primeira etapa – mais 50 mil hectares até 2015-, o grupo conta com financiamento de US$ 7 milhões do Banco Mundial.

Restrepo explica que a ideia não é simplesmente colocar o gado em meio à floresta nativa, mas agir na restauração de pastos, fazendo uma combinação da dieta “O pasto é fundamental para a produção pecuária rentável. O gado consome bem folhas e frutos, mas não exclusivamente”, explica

fonte: AgriPoint.

Agricultores do Alto Sertão começam a servir silagem a ovinos.

Criadores de ovinos e caprinos do Alto Sertão alagoano iniciaram o fornecimento de silagem aos animais como uma forma de complementar a alimentação no período de estiagem, que já se iniciou. Em algumas propriedades, o material servido aos rebanhos foi elaborado a partir do sorgo forrageiro SF-15, variedade desenvolvida e registrada pela Diretoria de Pesquisa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Dipap/Seagri), numa parceria com o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

De acordo com o engenheiro agrônomo Fernando Gomes, pesquisador da Dipap, foram implantadas unidades demonstrativas de silo sincho com sorgo forrageiro em seis municípios. Em cada uma delas, foram utilizadas duas tarefas de terra. “Um dos primeiros a abrir a silagem e servir aos animais foi o produtor José Ramalho, do Sítio Mundo Novo, em Olho D’Água do Casado, e nós estivemos lá esta semana para registrar a qualidade do material”, contou o pesquisador.

Segundo ele, o silo sincho – feito na superfície e em formato arredondado – ficou em “descanso” por 50 dias. “Só agora, após esse período, é que ele está pronto para ser fornecido aos animais”, recomendou Fernando Gomes. De acordo com ele, a ação da Seagri de estimular e orientar os agricultores na elaboração da silagem faz parte do Programa Alagoas Mais Ovinos e do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura.

“A maioria desses produtores, inclusive os que participaram dos Dias de Campo nas unidades demonstrativas, são participantes do APL e do Mais Ovinos. Para que o rebanho se desenvolva, é preciso ter uma boa alimentação, especialmente agora na época da estiagem”, argumentou o pesquisador da Dipap.

Segundo ele, a implantação das unidades demonstrativas de sorgo faz parte de um projeto que tem apoio do Banco do Nordeste. “Um hectare de sorgo produz entre 50 e 80 toneladas de massa verde, enquanto um hectare de milho produz em torno de 18 toneladas por hectare. O sorgo consome apenas 50% da água consumida pelo milho e, dessa forma, tem mais resistência aos períodos de estiagem. Assim, é importante que ele seja usado na silagem”, avaliou o diretor da Dipap, Teodorico Araújo.

O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, avalia que tanto as ações da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) quanto a pesquisa são necessárias para melhoria das condições de produção do agricultor familiar. “Todas elas são iniciativas que visam atender demandas dos produtores, a exemplo do sorgo SF-15, já adaptado às condições naturais do Sertão”, comentou Dantas.

fonte: ANCO

EXPECTATIVAS PARA OVINOCULTURA EM 2012.

Com o início do ano, inicia-se também a série de leilões e exposições de animais em todo o território brasileiro. Junto com estas atividades vem, naturalmente, a perspectiva dos criadores por bons negócios.

Neste cenário é comum e, perfeitamente compreensível, que os criadores vislumbrem que seus animais sejam comercializados por altos preços. E isto, de certa forma se confirma nos leilões, com animais atingindo valores em torno de R$ 10.000,00. Esta situação é, sem sombra de dúvida, extremamente interessante para aqueles criadores que atuam no segmento de “animais de elite”, pois nestes rebanhos acontecem investimentos em genética e por consequência em nutrição e sanidade, já que estes são os três pontos básicos de todo e qualquer sistema de produção animal.

Por outro lado, as cadeias produtivas da caprinocultura e da ovinocultura ainda mostram-se desarticuladas, em razão de obstáculos existentes em todos os segmentos. A desorganização dos produtores de caprinos e ovinos, a falta de capacitação tecnológica e gerencial de alguns produtores, as condições inadequadas das instalações existentes na maioria das propriedades, o baixo padrão racial da maioria dos rebanhos e a descapitalização dos produtores, associado à reduzida oferta de forragem durante o período de estiagem e a predominância do sistema de produção extensivo são alguns dos fatores limitantes da oferta de animais padronizados para o abate.

Vale à pena relembrar os outros fatores limitantes que afetam a comercialização das carnes de caprinos e ovinos: o abate clandestino, que concorre deslealmente com frigoríficos industriais, a falta de padronização de carcaças, em razão do baixo padrão racial dos rebanhos, a irregularidade no fornecimento de carne e derivados ao mercado, a ausência de promoção comercial e os elevados preços praticados no mercado, impossibilitando a abertura de mercado e reduzindo a competitividade com as carnes concorrentes.

A indústria de carne de ovinos e caprinos tem como alvo, um mercado em plena expansão, que, até pouco tempo, se caracterizava como “mercado de subsistência”, no qual o produtor não conseguia ter excedentes para venda, em âmbito nacional, como “mercado de carnes exóticas”, uma vez que, não havendo oferta suficiente a preços adequados, não se conseguiu estabelecer o hábito de consumo, como conseguiram as carnes de frango, bovino e suíno, que passaram a fazer parte do cardápio diário da população brasileira em geral.

Entretanto, muito se discute sobre o produto carne, mas, e o leite de cabra? Qual o cenário para este produto? Precisamos pensar neste segmento, pois em vários casos, o criador de cabras pode alcançar uma renda líquida em torno de R$ 1.000,00/mês. Este valor pode ser considerado baixo quando se leva em consideração a renda obtida com outras atividades, mas se for levado em conta que boa parte destes produtores se enquadra como pequenos em regime de agricultura familiar, este pode ser considerado como uma boa renda.

A cadeia produtiva da caprinocultura e ovinocultura precisa avançar cada vez, tendo em vista que, estas atividades têm uma importância socioeconômica muito grande no Brasil. Todavia, existe muita coisa a ser feita e como o ano está apenas começando, torna-se necessária a realização de discussões sobre todos os elos desta cadeia, envolvendo todas as entidades ligadas ao setor.

Através destas discussões, ações continuarão a serem desenvolvidas e os benefícios serão alcançados, fortalecendo cada vez mais esta atividade.

Emanoel Elzo Leal de Barros

zootecnista, D.Sc. em produção animal e professor do Departamento de Zootecnia da UPIS/DF.